terça-feira, 23 de agosto de 2016

a gente vê

a gente vê religioso desacreditando do amanhã. a gente vê incrédulo falando em ter fé: acredite!
a gente vê consumista falando sobre guardar dinheiro. a gente vê avarento falando para gastar: que viagem!
a gente vê os turrões falando sobre calma. a gente vê educador falando palavrão: orra!
a gente vê. a gente se vê.
eu vejo a ciência da paz sob um microscópio.

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

fito

por entre seus passos descompromissados nas ruas frias ao redor de sua casa - vento gélido, céu cinza com um quase sol - trouxeram à mente, vaga de sono tédio medo rivotril, lembranças de um amor vivido e doído como todos que sentiu. e viu ali, trêmula e em seus gritos abafados, por quanto já fez viver e lembrar de que o amor sempre foi parte de seus caminhos, também frios de ventos gélidos. que uma coisa não passava, e nem outra, se não todas ao mesmo tempo em sua mente. aperta o coração, o pão em sua mão e os olhos, ardentes feito fogo. sinalizou com a cabeça seu maior desejo - o momento por desejar a responder. escreveu em seus papéis como se ali falasse, e relembrando toda cena que não acontecera, para dizer que sim, hoje eu não te quero mais.