segunda-feira, 20 de maio de 2019

de onde vim morar

Em casa tem desenhos e lembretes espalhados por toda parte, feito por mim e para mim... Tomo café preto e pão caseiro com manteiga derretida como num ritual para começar bem o dia. Aqui, quase não existe amanhã. A tarde, o café na casa de algum parente. Ouço as mesmas histórias das tias cinquenta vezes e morro de rir ou chorar em todas elas. Hoje conheço melhor meus antepassados, as mulheres de minha família, e me conecto com quem eu sou. O que é entrar em contato com a natureza se não com nós mesmos!?
Deixo lentamente tudo o que me pertenceu na cidade grande. O movimento para a cidade menor dói, que fecha, mas também se expande em meu peito. É contração. Solto as mãos para parir e partir. Para que nasça o novo e o coração siga junto por onde vão os pés. Aqui, digo que vejo Orixá em toda parte. Aqui é morada de Dona Teresa de Fátima. E é também morada de Dona Yemanjá.

Eu ouço a Natureza sussurrar em meus ouvidos.